sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PORRADA TAILANDESA EM DOSE TRIPLA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 


Mais do que o miléssimo sei lá qual artista marcial em busca de um lugar ao sol e entrar na seleta lista de ícones, inaugurada por Bruce Lee, o tailandês Tony Jaa se destaca por sair um pouquinho da mesmice, diferenciando dos demais por ser fera no muay thai. Desde de 1994 no batente, atuando em desconhecidas produções em seu país natal e sendo dublê do protagonista Robin Shou no fraquinho Mortal Kombat - A Aniquilação, o cara só estourou mesmo nove anos depois ao estrelar Ong-Bak -Guereiro Sagrado, cuja trilogia será comentada nesta postagem. Próximo ano ele vai dar as caras em sua primeira super-produção hollywoodiana, o esperadíssimo Velozes & Furiosos 7. Vamos se finalmente, ele é lançado ao estrelato. Carisma e talento marcial tem sobra. Enquanto a dúvida permanece, vamos ao comentário da trilogia que lhe revelou para o mundo.

Ong-Bak - Guerreiro Sagrado (Ong-Bak: Muay Thai Warrior).
Produção tailandesa de 2003.

Direção: Prachya Pinkaew.

Elenco: Tony Jaa, Petchtai Wongkamlao, Pumwaree Yodkamol, Suchao Pongwilai, Wannakit Sirioput, Chumphorn Thephithak, entre outros. 

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Cotação

Nota: 8,0.  

Sinopse: Um pequeno e humilde vilarejo no feofó da Tailândia está em festa. Mas, como alegria de pobre dura pouco, a cabeça do buda local, Ong-Bak, é roubada. O jovem Ting (Jaa) é incumbido da missão de ir a Bangkok recuperar a tal peça e trazer de volta a alegria daquele povo sofrido. No decorrer da missão, Ting vai encarar vários desafios, entrando numa roubada atrás da outra, principalmente por causa de um conterrâneo seu trambiqueiro (Wongkamlao), distribuindo porrada em que se mete no seu caminho.

Comentários: Na sequência inicial de Ong-Bak - Guerreiro Sagrado, copiada e colada, cagada e cuspida da sequência inicial do oitentista O Lorde Dragão estrelado por Jackie Chan, Tony Jaa já mostra que não está de brincadeira, mostrando que tem brilho próprio, não devendo nada aos ícones orientais Bruce Lee, Jackie Chan e Jet Li. E o roteiro simples, com nenhuma novidade, mas, com ritmo eletrizante do começo ao fim, só é mera desculpa para Jaa dar um show e mostrar que, com tantos candidatos à ícones que surgiram, morreram na praia e continua surgindo mais, nesse mesmo processo cíclico, ele tem tudo para entrar na seleta lista. O resultado é um filmaço empolgante e divertidíssimo ao extremo, que consegue a proeza de logo de cara ser um dos melhores filmes de artes marciais já produzido. Tanto dois anos depois, Jaa estrelou O Protetor, que copia a ideia deste filme, substituindo a cabeça de Buda por um elefantinho de estimação.  



Ong-Bak 2 (Ong-Bak 2: The Beginning).
Produção tailandesa de 2008.

Direção: Tony Jaa e Panna Rittikrai.

Elenco: Tony Jaa, Natdanai Kongthong, Sarunyu Wongkrachang, Sorapog Chatree, Primorata Dejudom, Prarinya Karmkeaw, Nirut Sirichanya, Petchtai Wongkamlao, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD). 

Cotação

Nota: 8,5.  

Sinopse: A trama se passa em 1431, quando um rei é traído por um homem de sua confiança. Um dos guardas, foge com Tien (Kongthong), filho do rei. O cara leva a pior, mas, o pirralho consegue escapar, mas, é capturado por um tribo selvagem. Após ser jogado aos crocodilos e se safar, o pirralho passa a pertencer a  uma pequena comunidade de bandidos, fera nas artes marciais, que passam a ensinaram as várias técnicas. Já adulto Tien (Jaa), parte para vingar a morte de sua família.

Comentários: Depois do sucesso merecido de Ong-Bak, inaugura-se uma trilogia. Cinco anos depois, Jaa volta a estrelar, coreografar e a roteiriza, e ainda assume a batuta, mas, ousadamente, não volta ao personagem, dando vida a outro, em época diferente do original. Ousadia que poderia render uma merda. Mesmo assim, surpreendentemente, Ong-Bak 2 consegue o inesperado: ser um filmaço melhor que o original, graças a um roteiro, muito mais caprichado, uma claríssima melhora na produção com uma verba maior e as sequências de luta ainda mais empolgantes, com Jaa, dando um espetáculo. Disparado, o melhor filme da franquia e também das artes marciais de  todos os tempos. 




Ong-Bak 3 (Ong-Bak 3).
Produção tailandesa de 2010.

DireçãoTony Jaa e Panna Rittikrai.

ElencoTony Jaa, Primorata Dejudom, Dan Chupong,Petchtai Wongkamlao, Sorapog Chatree, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Cotação

Nota: 6,0.  

Sinopse: A saga de Tien (Jaa) continua exatamente onde parou no filme anterior, com ele levando a pior, aprisionado pelo seu arqui-inimigo, que sem dó, nem piedade, botar pra foder em cima do herói, condenando-o à morte na porrada. Seus guardas, literalmente falando, dão uns quebras em Tien, que só não morre porque é resgatado. Perdendo suas habilidades, Tien entra em deprê. Mas, durante o tratamento, ele conta com a ajuda da sua amada (Dejudom). Recuperado, Tien parte para vingança, mas, não contra seu algoz, mas, do sucessor deste, que possuído por um demônio, assumiu o trono.

Comentários: Depois de dois filmaços fodásticos, a trilogia encerra seguindo a regra do terceiro filme ser o mais fraco de uma franquia. Mesmo seguindo a mesma linha traçada no filme anterior, Ong-Bak 3 tem um roteiro fraquinho que deixa muito a desejar, perdendo muito tempo com o herói choramingando sua desgraça, e ainda contrariando uma regra clichê dos filmes de ação, que o herói depois de levar a pior, acertar contas com o bandido.  As sequências de lutas, mais uma vez coreografadas por Jaa, são bacanas e salvam o filme de ser uma merda total. Mesmo assim, impossível, durante algumas sequências do filme, não soltar um "que porra é isso?", de situações patéticas que vão se desenrolando (o novo vilão, possuído pelo chifrudo a la O Exorcista, chega ao ápice do ridículo, mesmo lutando pra caralho). Enfim, não chega a ser uma bomba, mas, é um triste fim (ao menos por enquanto, caso não inventem de fazer um quarto filme), para uma franquia que tinha tudo para ser uma das melhores das artes marciais.  




Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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