sexta-feira, 3 de maio de 2013

AVE MARIA, CHEIA DE FILMES.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco.

Maio, mês das mães. Mês que os cristãos católicos dedicam a Maria, mãe de Deus e nossa. Com exceção de algumas igrejas protestantes, orientadas por líderes de absurda ignorância, é inegável para os cristãos a importância de Maria na história de Jesus Cristo e Seu plano de salvação para todos nós. Afinal, sem o "sim" de Maria, não estaríamos aqui falando de Jesus. Independente de crenças, deixemos de lado essas discussões, pois estamos aqui para comentar alguns dos diversos filmes que dão sua versão para a história da escolhida por Deus para gerar o Messias, como também das mais conhecidas e devotadas aparições atribuídas a ela. Para não quebrar o raciocínio, posto apenas no final da postagem a ficha técnica e nota de cada filme comentado. Enfim, vamos ao que interesssa.

Antes de falarmos nos filmes propriamente ditos, alguns comentários sobre as atuações memoráveis. Curiosamente, as atrizes mais marcantes interpretando a mãe de Deus foram justamente em produções Cristocêntricas. A eterna Julieta de Franco Zefferelli Olívia Hussey foi a atriz mais linda, fisicamente falando, ao interpretar Maria na super-produção televisiva Jesus de Nazaré, de 1977, aquela que a Record exibe todas os anos na tarde da Sexta-feira da Paixão. Sob a batuta também de Zefferelli, além de encantar os olhos com sua beleza, Hussey tem uma atuação discreta, sem exagero, que transmite toda singeleza e douçura da mãe de Jesus. Sem sombra de dúvida, uma das atuações mais marcantes que rendeu por muitos anos a estupidamente linda Hussey, na opinião deste blogueiro, o posto de melhor atriz a dar vida a mãe de Jesus. Mais comentários sobre a produção, nos links: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/04/jesus-em-filmes.html e http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/12/filme-biblico-para-todas-as-epocas.html.

O reinado de Hussey como melhor atriz a dar vida a rainha dos Céus e dos homens durou por vinte sete anos, até que Mel Gibson escalou a atriz judia e ilustre desconhecida Maia Morgenstern para viver Maria na obra-prima emocionante A Paixão de Cristo. A atriz simplesmente dar um show com uma atuação excepcional, que levou pessoas do mundo inteiro às lágrimas. Como o filme, Morgenstern foi absurda e injustamente ignorada, não recebendo indicação a nenhum prêmio por sua atuação tão brilhante. Confira os comentários do filme, nos links: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/04/muito-mais-que-um-filme-uma-obra-divina.html e http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/04/jesus-em-filmes.html .

Também merecem ser lembradas duas atrizes que se saíram bem como Nossa Senhora, apesar de ficarem consideravelmente distantes em comparação as atuações de Hussey e Morgenstern. A primeira, a ilustre desconhecida Siobhan McKenna, na  clássica super-produção hollywoodiana Rei dos Reis, versão de 1961. Com uma atuação discretíssima, a atriz rouba a cena e emociona como a mãe de Deus nesta obra-prima que, apesar de ser um dos filmes que mais abusaram exageradamente da liberdade poética, a ponto de distorcer alguns fatos relevantes (colocar o personagem fictício Lúcio Cartano para ser advogado de Jesus no seu primeiro julgamento por Pilatos foi o cúmulo do absurdo), com certeza, é um dos filmes sobre Jesus mais lembrados, por ter sido exibido exaustivamente na Rede Globo, até que a emissora resolveu aposentá-lo, optando pelo moderninho Jesus - A Maior História de Todos os Tempos. Quem puder assistir em DVD, vale a pena colocar no idioma original e conferir a atuação da competente atriz. Mais comentários sobre este clássico você confere em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/04/jesus-em-filmes.html. 

Por fim, no quesito atuação, não poderia deixar de mencionar a nossa Fernanda Montenegro que brilhou como a mãe de Deus na comédia O Auto da Compadecida. Com um elenco onde tivemos shows individuais de excelentes atores, que deitaram e rolaram no humor, a brilhante atuação serena e competente na medida certa de Fernanda Montenegro  é a cereja da super-produção global. Não chega a ser a melhor atuação da atriz, muito menos a de um elenco tão afiado, mas, sem sombra de dúvida, sua participação não fica atrás dos seus colegas.

Após os comentários sobre as atuações, vamos aos filmes que tiveram ou tentaram ter Maria como centro da trama. Inicio com Maria de Nazaré, produção francesa e belga de 1994, dirigida pelo francês Jean Delannoy. Com um ótimo roteiro que utiliza discretamente a tal da liberdade poética, o filme é disparado um dos mais fiéis aos relatos dos Evangelhos, passando por todos os momentos que Maria é citada nestes, e ainda com a interessantíssima ideia de colocá-la como seguidora de seu Filho, marcando presença nos momentos mais importantes da sua vida pública. Infelizmente, até agora, só assistir o filme na versão dublada o que me impede de comentar sobre a atuação da jovem e ilustre desconhecida Myriam Muller. Mas, pelo menos fisicamente, a bela atriz convence como a ideia do imaginário popular que temos da Mãe de Jesus Cristo e nossa.  Maria de Nazaré é uma das melhores e mais fiéis e emocionantes adaptações biblícas, sem falar que sua curta duração (menos de duas horas) o torna perfeito para ser exibido em catequese, escolas dominicais e aulas de Ensino Religioso. Uma pequena obra-prima que vale a pena ser descoberta por toda a família.

Se Maria de Nazaré é um dos filmes mais fiéis aos relatos evangélicos, o mesmo não podemos dizer de várias outras produções que tiveram Maria no centro da trama. Maria, Filha do Seu Filho, é uma dessas e já inicia com uma patética cena com Maria, interpretada pela israelense e ilustre desconhecida Yael Abecass, histericamente, quase surtando de desespero no momento da Paixão de Cristo, contrariando totalmente os relatos evangélicos que mostram uma Maria serena, calma e sofrendo por dentro a dor da perda violenta de um filho. Interessante nesta produção é optar em trazer relatos inéditos dos chamados evangelhos apócrifos, aqueles escritos que não são considerados relatos verídicos. Apesar disso e de ser um filme com uma produção muito bem caprichada, o que estraga é seu péssimo roteiro que foge quase por completo dos relatos bíblicos, com diálogos chatíssimos e fatos fictícios ridículos. Enfadonho, chatíssimo e irritante, uma ideia interessante que se perde totalmente no meio do caminho. Curiosamente, só chegou por aqui sem o idioma original italiano, mas dublado em inglês, o que impede de fazer uma avaliação das atuações. A horrível trilha só torna este filme, que tem absurdamente quase três horas de duração (de vez em quando, raralmente para ser mais específico, a Globo exibe retalhadíssimo), um dos piores filmes bíblicos já feitos. 

Também utilizando de forma exagerada e desnecessária a tal liberdade poética, o telefilme estadunidense Maria, em Nome da Fé, de 1999, tem como principal atrativo trazer no elenco o Batman e atual astro hollywoodiano Christian Bale, como Jesus, e também a filha do lendário Charles Chaplin, Geraldine Chaplin, interpretando Isabel. Maria é interpretada por duas atrizes esforçadas, apesar de não terem grandes e memoráveis atuações. Enquanto a lindinha Melinda Kinnaman dar vida a jovem Maria na primeira metade do filme, cabe a Pernilla August dar vida a mãe de Jesus na fase adulta. A curtíssima duração e o roteiro fraquíssimo,  sem profundidade e que exagera na dose de fatos fictícios, ao invés de centralizar nos relatos evangélicos, tornam o filme decepcionante e sem emoção. Vale a pena conferir apenas para ver Bale, tirando leite de pedra com uma ótima atuação, mesmo que o roteiro não o ajude.

O nosso cinema nacional também teve suas "Marias". Recentemente, além de Fernanda Montenegro,  quem também deu vida a mãe de Jesus foi Giovanna Antonelli em Maria, Mãe do Filho de Deus, primeira das duas inclusões do Pe. Marcelo Rossi nas telonas. Apesar do roteiro contar com a consultoria e a supervisão de um bispo, é um absurdo com abusa de forma nada criativa da liberdade poética, na história fraquinha que traz um padre de uma cidadezinha (Rossi, como ator um excelente padre), servindo de babá de uma garotinha (a fofinha e talentosa Ana Beatriz Cisneiros), enquanto a mãe dela, que também se chama Maria e também é interpretada por Antonelli (não convencendo em nenhuma das personagens) vai pegar uns exames médicos. Os relatos do Evangelho são transmitidos para nós de acordo com a versão da menininha, que tornou o filme bem família e infantil, fazendo com que muitos torçam o nariz. Além disso, o filme ainda deu azar de ser lançado poucos meses antes da obra-prima realista A Paixão de Cristo, dirigida por Gibson. Com um elenco estrelar global de primeira, o filme deixa muito a desejar com um roteiro bobinho e fraquinho, que cai na mesma pieguice dos filmes brasileiros de temática religiosa de exagerar na dosagem de emoção. Não chega a ser um filme ruim, mas, também não é um dos melhores. Enfim, bonitinho e nada mais do que isso. 

As aparições atribuídas a Nossa Senhora também renderam filmes. Hollywood não perdeu tempo e lançou, com poucas décadas das respectivas aparições. Duas super-produções, emocionantes e cativantes, verdadeiras obras-primas, merecem um destaque especial. A primeira é o belíssimo A Canção de Bernadette, indicado a onze Oscar, incluindo, melhor filme, e só ganhando apenas quatro estatuetas, uma delas, merecidamente para a então estreante Jennifer Jones, que dar um show de atuação como a vidente Bernadette. Fiel aos fatos, A Canção de Bernadette é um filmaço sensível, tocante e bastante emocionante. Os comentários desta obra-prima clássica da sétima arte você confere em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2012/11/santos-filmes.html

Outra obra-prima dos tempos que Hollywood investia pesado em filmes de temática religiosa, O Milagre de Fátima, narra as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, em Portugal. Também usando e abusando da liberdade poética a ponto de colocar no centro da história um personagem fictício, o figuraça Hugo da Silva (interpretado de forma maestral por Gilbert Roland), o filme é comovente e emocionante, principalmente, graças ao seu elenco afiadíssimo, ao ótimo roteiro e a uma trilha muito boa. Particularmente, sou suspeito para falar deste filme que marcou a minha infância e me tornou um apaixonado pelos fatos ocorridos em Fátima. Os comentários você confere no link: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2010/10/nossa-senhora-de-fatima-em-filmes.html

As aparições em Fátima foram retratadas em outros filmes, com destaque para a produção italiana e inglesa Fátima, que, apesar de também trazer um personagem central fictício, interpretado pelo competente ator português Joaquim de Almeida, traz um retrato fidelíssimo dos fatos ocorridos. Dirigido pelo mesmo Fabrizio Costa, de Maria, Filha do Seu Filho, pelo menos neste caso, o cara não pisou feio na bola e se saiu super-bem, cumprindo direitinho a missão confiada, com um filme com um excelente roteiro, que ganhou força ótimas atuações de um elenco competente. Os comentários você confere no mesmo link postado no parágrafo acima.

Também as aparições em Lourdes ganharam suas versões para as telonas e telinhas. Além do clássico A Canção de Bernadette os fatos originaram outras produções. Em 1988, o francês Jean Delannoy, que viria posteriormente a dirigir o fidelíssimo Maria de Nazaré, trouxe sua versão para os fatos ocorridos na pequena cidade francesa na comovente Bernadette O curioso é que essa produção é da Cannon, a famosa produtora de filmes B dos anos 1980, o que acaba justificando o filme ter chegado por aqui em VHS pela saudosa América Vídeo. a vidente é interpretada pela lindíssima atriz, e mais uma ilustre desconhecida, Sydney Penny. Assim como o clássico hollywoodiano, o filme é fidelíssimo aos fatos e Delannoy nos presenteia com um excelente filme, que retrata as aparições de forma realista (Sequer ouvimos a voz de Nossa Senhora, só Bernadette a ver).Enfim, sensível, cativante e emocionante, consegue serão bom quanto A Canção de Bernadette. Vale a pena conferir.

Fé é algo pessoal e que deve ser respeitada e vivida com muita devoção. Independente da sua, é inegável que filmes com temáticas religiosas são sempre bem-vindos. Afinal, por mais que curtamos filmes com ritmos mais frenéticos e com a ação correndo solta, precisamos de filmes que ofertem valores, nos ajudem a reavivar nossas crenças e sirvam para reunir a família diante da televisão ou telona, para assistir algo que realmente presta e contribua bastante para o crescimento emocional, psicológico e religioso nosso e dos nossos familiares. Essa é também a missão da sétima arte, não somente entreter, mas, divulgar valores verdadeiros.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

Maria de Nazaré (Marie de Nazareth).
Produção francesa e belga de 1994.

Direção: Jean Delannoy.

Elenco: Myriam Muller, Didier Bienaimé, Francis Lalanne, Marc de Jonge, Eric Jakobiak, Jean-Marc  Bory, Corinne, Blue, Thierry Maillot, Pierra Lacan, Erik Jakobiak,  entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (VHS) e na TV aberta (Band).

Conceito

Nota: 9,5.  

 
Trailer.

Maria, Filha do Seu Filho (Maria, Figlia Del Suo Figlio).
Produção italiana de 2000.

Direção: Fabrizio Costa.

Elenco: Yael Abecass, Nicholas Rogers, Nancho Rogers,  entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD) e na TV aberta (Globo).

Conceito

Nota: 2,5 


Maria, em Nome da Fé (Mary, Mother of Jesus).
Produção estadunidense de 1999.

Direção: Kevin Connor.

Elenco: Christian Bale, Pernilla August, Melinda Kinnaman, Geraldine Chaplin, David Threlfall, Simone Bendix, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD) e na TV Aberta (SBT).

Conceito

Nota: 3,5 

 
Filme completo, na versão dublada.

Maria, Mãe do Filho de Deus.
Produção brasileira de 2003.

Direção: Moacyr Goés.

Elenco: Giovanna Antonelli, Luigi Baricheli, Padre Marcelo Rossi, Ana Beatriz Cisneiros, José Wilker, José Dumont, Thiago Martins, Leonardo Senna, Ewerton de Castro, André Valli, Fabio Sabag, Ítalo Rossi, Tônico Pereira, entre outros.

Blogueiro assistiu no extinto Cine Iguatemi. em home vídeo (DVD) e na TV aberta (Globo).

Conceito

Nota7,0  

 
Trailer.

 
Filme completo. Tente ignorar as legendas em inglês.

A Canção de Bernadette (The Song of Bernadette).
Produção hollywoodiana de 1943.

Direção: Henry King.

Elenco: Jennifer Jones, Linda Darnell, William Eythe, Charles Bickford, Vicent Price, Lee J. Cobb, Gladys Cooper, entre outros.

Blogueiro assistiu  na TV aberta (Band) e em home vídeo (VHS e DVD).

Conceito

Nota10,0  

 
Clássico completo, pena que na versão dublada.  

O Milagre de Fátima (The Miracle of our Lady of Fatima).
Produção hollywoodiana de 1952.

Direção: John Brahm.

Elenco: Gilbert Roland, Susan Whitney, Samy Ogg, Sherry Jackson, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo e SBT) e em home vídeo (VHS).

Conceito

Nota10,0 


 
Trechos do inesquecível e emocionante clássico.

Fátima (Fatima).
Produção italiana e inglesa de 1997.

Direção: Fabrizio Costa.

Elenco: Joaquim de Almeida, Catarina Furtado, Vanessa Antunes, Vanessa Staiss, Felipe André Carvalho, Randi Ingermann, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Conceito

Nota10,0 


 
Filme no idioma original, mas, infelizmente,
com legendas em espanhol. Se dominar um destes idiomas, 
bom filme para você. 

Bernadette (Bernadette Das Wunder Von Lourdes).
Produção francesa, sueca e luxemburguesa de 1988.

Direção: Jean Delannoy.

Elenco: Sydney Penny, Jean-Marc Bory, Jean-Marie Bernicat, Philippe Brigaud, Claude Buchwald, Bernard Cazassus, Alain Christie, François Dalou, Franck Cabot-David, Roland Lesaffre, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Youtube).

Conceito 

Nota: 9,5 

 
Filme completo na versão dublada.

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