domingo, 11 de setembro de 2011

11 DE SETEMBRO EM FILMES.

Filmes.
11 de Setembro em filmes.

Há exatamente dez anos, um trágico ataque terrorista ocorrido nos Estados Unidos, mas  sofrido no mundo inteiro (pessoas de 85 nacionalidades foram vítimas nos ataques) mudava para sempre a conjuntura mundial, gerando ainda mais guerras. Daquele fatídico dia em diante, surgiram vários documentários, séries e filmes sobre a tragédia ou que a tivesse com pano de fundo. Na sétima arte, que geralmente busca  inspiração na realidade, até onde estou sabendo foram produzidos até agora seis filmes centrados na tragédia e outros bocados que a tem como pano de fundo ou que tenham influência, direta ou indiretamente dela (como o tosco Lembranças, estrelado por Robert Pattinson,  o vencedor do Oscar Guerra ao Terror, o brasileiro Jean Charles, o drama Reine Sobre Mim, com Adam Sandler, entre outros).

Dando continuidade aos meus comentários sobre séries de filmes e pela relevância da data, resolvi comentar quatro destes filmes feitos para o cinema sobre o fátidico 11 de setembro de 2001 (infelizmente, ainda não assistir Os Heróis e o francês Segredos de Estado) e de bônus o telefilme Vôo 93. Vale salientar que a ordem dos filmes comentados está de acordo com a sequência que este blogueiro assistiu pela primeira vez e não dos seus lançamentos.

O primeiro é o documentário Fahrenheit 11 de Setembro, de 2004, do sacárstico e genial diretor Michael Moore. O filme começa com a descarada falcatrua na eleição que levou George W. Bush  a presidência dos Estados Unidos, passando por boa parte do seu governo irresponsável e interesseiro, antes e depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

De forma ousada, irrevelente e corajosa, Moore faz um perfeita investigação, mostrando a politicagem podre e irresponsável, principalmente do então  presidente Bush e sua corja, que levaram  os Estados Unidos a sofrerem o ataque e, consequentemente, mergulharam o país e o mundo em sucessões de guerras surreais e patéticas, que continuam até hoje, vitimando milhares de pessoas. Criativamente irônico, Moore mete o dedo na ferida e expõe, sem medo de retaliação ou censura, a realidade dos fatos.

Em síntese, um filmaço criativo e realista que merecidamente foi bastante premiado, inclusive com a Palma de Ouro em Cannes e, curiosamente, com quatro prêmios framboesa, sendo dois deles para Bush como pior ator. Um documentário obrigatório para se compreender a fundo os ataques, o que os gerou e o que eles geraram posteriormente, como também  para mostrar que a politicagem corrupta, interesseira e nojenta não é exclusividade dos brasileiros.


O segundo filme que eu assistir sobre a tragédia foi o drama As Torres Gêmeas, de 2006, estrelado pelo canastrão, mas astro hollywoodiano, Nicolas Cage e com bons coadjuvantes como Michael Pena (O Poder e a Lei), Maggie Gyllenhaal (Batman - O Cavaleiro das Trevas), Maria Belo (A Múmia - Tumba do Imperador Dragão) e Stephen Dorff (Blade, O Caçador de Vampiros), sob a batuta  do genial Oliver Stone, outro especialista em meter o dedo na ferida dos norte-americanos em filmes como  Platoon, Nascido em Quatro de Julho, JFK - A pergunta que não quer calar, Nixon, W., entre outros.

Baseado em fatos reais, a trama gira em torno de dois policiais portuários que estão entre as centenas que são convocados para ajudar na evacuação do World Trade Center, após o primeiro avião atingir a primeira torre. No interior da segunda torre, o grupo de cinco homens liderados pelo experiente sargento John McLoughlin (Cage) são supreendidos por um desabamento. O sargento e o policial Will Jimeno (Pena) sobrevivem e ficam dozes horas presos aos escombros, contando apenas um com o outro para se manterem vivos.

O filme tem um enredo interessante, mas com um roteiro fraco e superficial, sendo um pouco arrastado e cansativo, principalmente nas cenas dos familiares dos policiais, onde algumas sequências beiram ao dramalhão mexicano, mesmo com o filme contando com  interpretações razoáveis.  Exceção apenas Cage, que está fraco (como sempre) e prejudica bastante o impacto emocional e empatia do público com o seu personagem, ao contrário do seu colega de cena Michael Pena que convence e de quebra, ainda rouba o protagonismo. 

Particularmente, esperava mais de um filme sobre a tragédia dirigido por Oliver Stone. Apesar de decepcionante, o filme prende a atenção, envolve e até emociona. Um drama mediano, que poderia ser dirigido e escrito por qualquer outro diretor, menos por Stone. Muito abaixo do seu inegável talento, que neste filme foi dexado de lado junto com a ousadia. De todos os filmes feitos até hoje sobre a tragédia,  As Torres Gêmeas é o mais fraquinho.


O terceiro é comovente drama Vôo United 93, de 2006, dirigido pelo competente Paul Greengrass (responsável pelos dois últimos filmes da trilogia Bourne e  pelo interessante Zona Verde, também estrelado por Matt Damon). Vale salientar que existe outra produção, feita para TV, que também aborda o mesmo fato daquele 11 de setembro fatídico, ou seja, aquele é que um grupo de terroristas que são supreendidos pelos os passageiros e tripulantes do vôo 93, que reagem de forma heroíca, sacrificando suas próprias vidas, evitando que a tragédia do 11 de Setembro de 2001 não fosse ainda maior.

Com ótimas interpretações de um elenco praticamente desconhecido (o que torna o filme ainda mais realista), que basearam suas interpretações  nas próprias vítimas, graças a conversas que tiveram com os familiares, Vôo United 93 tem um excelente roteiro que enaltece o ato heroíco daquelas pessoas que tomaram a  difícil decisão de sacrificarem suas próprias vidas, evitarndo que mais vidas fossem ceifadas naquele louco e inconsequente ataque.

Cativante e emocionante, disparado é o melhor filme dramatizado que assistir sobre a tragédia, superando até mesmo o excelente documentário de Moore. Em síntese, um filmaço empolgante e comovente. Imperdível!



Encerro os quatro filmes  sobre a tragédia feitos para as telonas, com um dos primeiros filmes sobre os atentados a ser produzido, mas que foi  visto por este blogueiro apenas no ano passado. Trata-se do drama 11 de Setembro realizado em 2002, exatamente um ano depois da tragédia, e tem a interessante ideia e iniciativa de escalar onze diretores de diferentes nacionalidades, onde cada um realizou um curta-metragem com exatos onze minutos e nove segundos, trazendo a sua visão sobre aquele fatídico dia.

Evidente que, com a diversidade de diretores, entre eles o ator Sean Penn, o filme tem seus altos e baixos, com alguns curtas ótimos e interessantes e outros chatos e enfadonhos. Mas, no geral, a ideia deu certo e temos aqui um filme razoável, que consegue emocionar em alguns momentos. Quem tiver paciência e tempo, esteja a vontade para assisti-lo.



Já estava pronto para aperta a tecla "publicar postagem", quando descobriu um site que baixar filme on line (pode acreditar amigos internautas, eu nunca tinha assistido um filme desta forma Pense num cinéfilo atrasado! rssss...) assisti, ou melhor, revi o telefilme Vôo 93 - O Filme, que narra o mesmo episódio real mostado no ótimo Vôo United 93, com um elenco desconhecido e afiado, que também não fica atrás de sua versão para as telonas.

A trama é praticamente a mesma, tanto que havia assistido as duas versões, achando que era úma só (minha memória já não é a mesma. rssss...), com os passageiros e tripulação do Vôo United 93, diante da ameaça de um quarteto de terroristas de jogar o avião contra a Casa Branca ou outro símbolo norte-americano, resolvem tomar o avião das mãos do teorrista, sacrificando suas próprias vidas. Se naquele filme excepcional, o roteiro foi escrito com base em depoimentos dos familiares, neste telefilme, foram as gravações das ligações telefônicas dos saudosos passageiros serviram de base para o roteiro.

O filme é tão bom que a versão para o cinema, mas, como boa parte de filmes produzidos para televisão, em algumas cenas, exagera um pouquinho na carga dramática, beirando em alguns momentos ao dramalhão mexicano, e também comete algumas gafes, como na presença literalmente figurativa de policiais, na casa da família de um dos passageiros. Mas, nem essas limitações tiram a emoção que o filme provoca, afinal, boa parte dos passageiros tiveram a chance de se despedir, pela última vez dos seus entes queridos.

Com um elenco de atores desconhecidos e afiados, e um roteiro simples, Vôo 93 é um ótimo filme que emociona  e envolve. Junto com a sua versão para as telonas, apesar de ligeiramente inferior a esta, figura entre os melhores filmes produzidos, até hoje, sobre os ataques de 11 de setembro de 2001.



Além de ser um postagem sobre comentários de um série de filmes (no caso aqui, com o mesmo tema) esta  também é uma singela e humilde homenagem as vítimas daquele trágico dia e seus familiares. Rezemos por eles e continuemos a pedir a Deus pela paz do mundo.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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